Capítulo 15: Capítulo XIV
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Então decidi transportar aquela bendita mercadoria eu próprio... , Eu sabia que era para isso que ele procurava um barco e que estava já em negociações com uma birmã passe para a compra de um velho brigue, um verdadeiro anacronismo, de noventa cavalos. Tivéramos ocasião de nos encontrar e de conversar várias vezes. Olhou intencionalmente na direcção que Jim seguira. 'Ele leva o caso a sério?', perguntou desdenhosamente. 'Muito', disse eu. 'Então não presta', opinou ele. 'Para que liga ele tanta importância a isto? Ninharias. Nunca ninguém se governou assim. É preciso ver as coisas como elas são - senão é melhor desistir. Assim não se vai longe. Olhe para mim. Tomei por regra nunca levar nada a sério.' 'Sim', disse eu, 'você vê as coisas como elas são.' 'O que eu agora queria ver, era chegar o meu sócio; isso era o que eu queria agora ver', disse ele. 'Conhece o meu sócio, o velho Robinson? Pois, o Robinson. Você não o conhece? O célebre Robinson. O homem que no seu tempo fez mais contrabando de ópio e apanhou mais focas do que qualquer desses vagabundos que para aí andam. Dizem que ele era capaz de abordar as escunas da caça às focas, na costa do Alasca, com um nevoeiro tão cerrado que só Deus, seu criador, podia distinguir um homem de outro. Robinson, «a Peste». Aqui tem o homem. Trabalhamos juntos neste negócio do guano. O melhor negócio da vida dele.' Aproximou os lábios do meu ouvido. 'Costumavam chamar-lhe «o Canibal», há muitos e muitos anos atrás. Lembra-se da história? Foi um naufrágio que se deu a oeste das ilhas Stewart; exactamente; sete conseguiram chegar à praia, e parece que não se entenderam muito bem. Há homens que são intratáveis - não sabem fazer das tripas coração... não vêem as coisas como elas são..
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