Permita-me que lhe diga, não vá você ter por aí algum outro jovem misterioso de reserva, que fechei definitivamente a loja. Foi a minha última excentricidade. Não imagine um só momento que isto tem para mim qualquer importância, mas os jogadores de ténis ficaram muito aborrecidos e eu tive de dar uma desculpa plausível no meu clube... ' Atirei a carta para o lado e pus-me à procura da letra de Jim no monte de cartas sobre a mesa. Quem poderia imaginar semelhante coisa?! Uma probabilidade entre mil! Mas é sempre essa que se materializa. O maquinista do
Patna, o tipo baixinho, fora parar ao moinho num estado miserável e obtivera um emprego temporário para vigiar as máquinas. 'Eu não podia suportar a familiaridade daquele animal', escrevia-me Jim de um porto situado a setecentas milhas do lugar onde ele podia viver tão confortavelmente. 'Estou agora empregado na casa Egström & Blake, fornecedora de navios, como... bem... como corretor. Dei o seu nome, que eles conheciam, está claro, como referência, e se quisesse agora escrever uma palavrinha o emprego ficaria assegurado.' Senti-me esmagado pelo ruir das minhas ilusões, mas, está claro, escrevi como me pedia. Antes do fim do ano, um contrato obrigou-me a ir para aqueles lados e tive oportunidade de o ver.
«Ainda estava na casa Egström & Blake e encontrámo-nos no que eles chamavam 'a nossa sala', uma dependência que abria para o armazém. Voltava de bordo de um navio e enfrentou-me com a cabeça baixa e pronto para a luta. 'Que tem a dizer para a sua justificação?', comecei logo que demos um aperto de mão. 'O que lhe escrevi - nada mais', disse num tom ríspido. 'O tipo deu com a língua nos dentes, ou quê?', perguntei. Olhou para mim com um sorriso constrangido. 'Oh, não! Não disse nada.