«Lembro-me de que nesta altura fez uma pausa com os olhos fixos em mim. 'Ainda não tinham tido ocasião de se lamentar!', disse. 'Nunca! Prouvesse a Deus que nunca a tivessem.' Entretanto - era o mais difícil! haviam-se habituado a confiar na sua palavra por tudo e por nada. Não se podia fazer uma ideia! Porquê? Poucos dias antes, um velho idiota que ele nunca vira em toda a sua vida viera de uma aldeia a milhas de distância para saber se devia divorciar-se da mulher. Assim mesmo, palavra de honra. Era este o género de coisas... Ele não teria acreditado... E eu? E o velho ficara acocorado na varanda a mascar betel, a suspirar e a cuspir para todo o lado mais de uma hora, sombrio como um gato-pingado, antes de desembuchar toda aquela história mal alinhavada. É uma daquelas coisas que não são tão divertidas como parecem. 'Que podia eu dizer-lhe?.. Era boa a esposa?.. Sim, era boa esposa, mas velha. Pôs-se a contar uma longa e confusa história sobre vasilhas de cobre. Tinham vivido juntos durante quinze anos, ou vinte, não sabia bem ao certo. Muito, muito tempo. Boa esposa. Batia-lhe um pouco - mas não muito, só um pouco, quando ela era nova. Tinha de ser, por amor da sua honra. Um belo dia, já velha, vai e empresta três vasilhas de cobre à mulher do filho da irmã e põe-se a injuriá-lo todos os dias em voz alta. Os inimigos faziam troça dele, e a sua cara tornava-se sombria. & vasilhas não voltariam mais. Ele estava terrivelmente deprimido por causa disso. Enfim, uma história sem pés nem cabeça. Disse-lhe que voltasse para casa e prometi ir eu próprio tratar do assunto.