Então, algures, do outro lado do riacho, uma voz forte pronunciou palavras distintas mas incompreensíveis. 'Que ninguém dispare!', gritou Brown. 'Que quer isto dizer?... ' 'Estão a ouvir, aí, na colina? Estão a ouvir?', repetiu a voz por três vezes. Cornélio traduziu e transmitiu a resposta. 'Fale', gritou Brown, 'estamos a ouvir.' Então, alta e sonora como a de um arauto, repercutindo-se até à orla dos baldios, a voz proclamou que não podia haver nem confiança, nem compaixão, nem entendimento, nem paz, entre os homens da nação bugi que viviam no Patusan e os brancos da colina e os que estavam com eles. Uma salva partiu. Agitou-se um arbusto. 'Maldito disparate!', resmungou, vexado, o ianque, que pousou a coronha no chão. Cornélio traduziu. No sopé da colina, o ferido gritou por duas vezes: 'Venham buscar-me! Venham buscar-me!', e continuou a gemer. Enquanto permanecera sobre a terra enegrecida da costa e, em seguida, agachado na chalupa, estivera em segurança. Parece que a alegria de ter encontrado o tabaco fez com que se descuidasse e saltasse fora de mão, por assim dizer. A alta embarcação branca, que estava encalhada em seco, desmascarou-o; o riacho não tinha mais de sete pés de largura naquele ponto, e, por acaso, um homem estava agachado no matagal da outra banda.
«Era um bugi de Tondano, recentemente chegado a Patusan, e parente do homem morto naquela tarde. O famoso tiro de longo alcance aterrorizara deveras os circunstantes. Parecendo estar em perfeita segurança, o homem tombara com um sorriso nos lábios, sob os olhos dos amigos, que viram neste acto uma atrocidade, e provocara-lhes uma raiva furiosa. Este seu parente, que se chamava Si-Lapa, encontrava-se com Doramin na barricada, a alguns passos apenas. Você, que conhece estes tipos, terá de admitir que o indivíduo deu mostras de uma coragem invulgar ao oferecer-se para transmitir a mensagem, sozinho, na escuridão.