Depois de ter rastejado em terreno descoberto, desviara-se para a esquerda e chegara em frente do barco. Teve um sobressalto, ao ouvir o grito do homem de Brown. Sentou-se no chão com a espingarda ao ombro, e quando; ao saltar do barco, o outro se expôs em cheio, premiu o gatilho e, a queima-roupa, alojou três chumbos estriados no estômago do pobre diabo. Estendeu-se de bruços no chão e fingiu-se morto, enquanto uma fina saraivada de chumbo cortava e açoitava as moitas, mesmo à sua direita; em seguida, dobrado em dois, fez o seu discurso aos gritos, esquivando-se, de moita para moita, sempre a coberto do fogo inimigo. Ao pronunciar a última palavra, saltou para o lado, conservou-se encoberto por instantes e em seguida voltou às casas são e salvo, depois de naquela noite ter conquistado tal glória que jamais os seus filhos deixarão extinguir-se.
«Na colina, o bando perdido deixava que os braseiros se consumissem, com as cabeças curvadas. Abatidos, sentados no chão, de lábios cerrados e de olhos baixos, escutavam os apelos do camarada. Era um homem forte e custou a morrer; soltava queixumes, ora fortes, ora sumidos, numa estranha nota de dor ciciada. Às vezes, gritava, e em seguida, após um breve silêncio, ouviam-no murmurar um longo lamento ininteligível e delirante. Nem um instante deixou de gemer.
«'De que serve?', dissera o impassível Brown ao ianque, que praguejava entre dentes e se preparava para descer. 'Tem razão', aprovou o desertor, que desistiu com relutância. 'Não estamos aqui para animar os feridos. Mas aquele ruído pode fazer os homens pensar demasiado no outro mundo, capitão.' 'Água', gritou o ferido numa voz extraordinariamente clara e vigorosa que depois se sumiu num débil gemido. 'Água... pois. A água acabará com ele', resmungou o outro de si para si num tom resignado.
